Cada vez mais a moda é um produto cultural que não se limita aos moldes e pontos de costura que compõem as peças, mas que funciona cada vez mais como meio de expressão de identidade pessoal ou colectiva, como veiculador de identidade ou até mesmo como meio de contestação, desse modo o que chamamos hoje de "Moda" e o que identifica esse fenómeno, tem muito mais a ver com a tentativa de emergirmos do todo e de nos expressarmos de uma forma singular ou em contraponto de nos integrarmos em determinado grupo...há uma dualidade contraditória nesta situação, por um lado a hegemonia das grandes multinacionais fez com que a marca cultural daquilo que vestimos se desvanecesse, habituamo-nos a ter acesso a uma produção massificada, muito similar independentemente da nossa localização geográfica, a imagem que me vem à cabeça é a do quadro de Matisse, do homem sem rosto, de chapéu de coco e fato cinzento, metáfora para a vida anónima e standardizada nas grandes cidades, que funciona como uma "máscara de protecção" socialmente aceite...por outro lado essa demarcação tão rígida e unidimensional veio criar uma necessidade cada vez maior de cada pessoa se tentar expressar de uma maneira única e autêntica, e as próprias indústrias vêem-se forçadas a tentar captar essa individualidade através da heterogeneidade das pessoas nas ruas, nas peças esquecidas, memórias de outros tempos...este editorial capta essa busca desenfreada por autenticidade, o cruzamento confuso e desordenado entre uma modelo nórdica, técnicas artesanais misturadas com peças europeias mas que se inspiram em referências tribais...por aqui se pode vislumbrar o que define este universo actualmente... um caldeirão de influências...a Indefinição...
A melting pot full of mixed references and inspirations that for me reflects what is fashion right now...a constant search for something new and authentic that reflects our personality, even if the clothes are the same we all try to show our identity through them in a different way, our way...
source:fashiongonerogue